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DE PASSAGEM
De passagem, 2022
Vidro, areia, terra, pó de ferro, tecido e fio
Dimensões variadas
Dani Shirozono e Laura Loli
Acervo rotativo

Casa Amélia
De passagem é composta por inúmeras peças de vidro retiradas da vida cotidiana e estruturas suspensas que armazenam terra e minério, o trabalho retoma os relógios de sol na medida em que permite a passagem lenta das partículas de poeira que se depositam no fundo dos recipientes de vidro, formando diferentes relevos. Propõe-se uma outra maneira de marcar o tempo, pois, mesmo que a sua ação, muitas vezes, pareça imperceptível, ela continua acontecendo sobre as coisas.
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No passado, os relógios de sol eram usados para marcar o tempo observando a passagem de areia de uma âmbula à outra. No entanto, o tempo, esse elemento impalpável e onipresente, escorre sem ser visto e deixa marcas profundas. Para qualquer direção que escolhemos contemplar haverá a cicatriz do tempo - a ruga na pele, a poeira sobre o móvel, a mancha no tecido, o desenho do relevo - pois a reminiscência do tempo é sutil e se camufla em nosso cotidiano.
Além disso, os vestígios que ele deixa não bastam para a humanidade. Constantemente tentamos aprisionar o tempo, transformando-o em quantidade, ora na areia cativa no interior de uma ampulheta, ora no voltear cadenciado do ponteiro do relógio. E caso mensurar o tempo não seja o suficiente, há mecanismos que capturam suas fatias e prometem retê-las eternamente através de imagens que, depois de se tornarem tempos suspensos, se transformam em extensões de nossas memórias. Todos esses mecanismos são fruto de nossa ânsia em controlar aquilo que, inevitavelmente, escapará por nossos dedos.
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